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Otto Lara Resende

Breve biografia do escritor e jornalista são-joanense

Foto: internet/ Instituto Moreira Sales

Otto Lara Resende foi um escritor e jornalista brasileiro, eleito membro da Academia Brasileira de Letras, para a cadeira nº. 39. Nasceu em São João Del-Rei, Minas Gerais, no dia 1 de maio de 1922. O filho dos professores Antônio de Lara Resende e Maria Julieta de Oliveira Resende, fez seus estudos primário e secundário em sua cidade natal, no Colégio Padre Machado, dirigido por seu pai. Desde criança mostrou interesse pela literatura. Aos onze anos iniciou um diário e fez suas anotações até os dezoito anos, e conservou-o até os vinte anos, quando inexplicavelmente desapareceu. Otto escreveu também poesias e quando terminou o ensino secundário, tinha pronto um volume de contos, mas não publicou.


Em 1938, mudou-se para Belo Horizonte. Em 1940 começou a publicar críticas no jornal “O Diário”, ao mesmo tempo que divulgava em suplementos locais e cariocas, poemas em prosa, com o título de "Poemas Necessários". Em 1941 ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais.


Otto: Jornalista

Em 1945, Otto Lara Resende mudou-se para o Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar na imprensa, como cronista político da Constituinte de 1946. Trabalhou nos jornais: Última Hora, O Globo, Jornal do Brasil e na Revista Manchete, chegando a ser diretor da mesma. Em 1949 foi nomeado para secretário na Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro.

Otto e Nelson

A amizade de Otto Lara Resende com Nelson Rodrigues levou Nelson, em meados dos anos 50, a transformar Otto em personagem de suas crônicas e em título de uma de suas peças: “Bonitinha, mas Ordinária, ou Otto Lara Resende”, e incluiu no texto a sua frase “Mineiro só é solidário no câncer”, que Otto refutou a autoria que lhe foi atribuída.


Otto: Escritor

Lara Resende era dedicado à crítica, mas estreou na ficção em 1952 com "O Lado Humano", seu primeiro livro de contos, sobre temas do cotidiano. Em 1957 publica "Boca do Inferno", também contos, onde aborda o universo infantil. No mesmo ano, Otto passa uma temporada em Bruxelas na Embaixada do Brasil. Quando voltou ao Rio de Janeiro, em 1960, passou a escrever com regularidade na imprensa, desta vez, crônicas de sentido literário. Em 1962, publicou “O Retrato na Gaveta”, contos e novelas. Em 1963 publica o "Braço Direito", seu único romance, que recebeu o Prêmio Lima Barreto. Depois de um temporada em Portugal, retornou e se tornou diretor do Jornal do Brasil. Em 1974 ingressou nas Organizações Globo, lugar que permaneceu por dez anos.


Otto: o final

Em 1979 foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira nº. 39. Em 1991, com 69 anos, Otto foi contratado como colunista do jornal A Folha de São Paulo. A coluna estreou com o título “Bom Dia Para Nascer”. Os ensaios publicados na imprensa lhe renderam o volume póstumo: “O Príncipe e o Sabiá”. Otto Lara Resende faleceu no Rio de Janeiro, no dia 28 de dezembro de 1992.


“Para mim, é absolutamente fundamental que o espetáculo não termine aqui embaixo, na Terra.” - Otto Lara Resende

Publicado em:

Texto: João Pedro Sacramento

Foto: internet/Instituto Moreira Sales




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