Notre Dame: a moda na catedral
O cartão postal francês, também é referência para os estilistas brasileiros
No dia 18 de abril, a Catedral de Notre Dame, em Paris, foi parcialmente destruída por um incêndio que danificou grande parte da igreja. O que ninguém imagina é que o santuário não é referência só na arquitetura e na religiosidade, mas também na moda.
A Catedral de Notre Dame, que significa Nossa Senhora, de arquitetura predominantemente gótica e estilo medieval, irá completar 856 anos em 2019 e recebe 13 milhões de turistas por ano. Fica na Île de la Cité, uma ilha no centro da cidade, rodeada pelas águas do rio Sena. Conhecida também por ser a casa do Quasímodo, o corcunda mais famoso do mundo, personagem do escritor Victor Hugo.
É muito interessante o diálogo entre a moda e a arquitetura. Para o estilista Karl Lagerfeld “ A arquitetura é muito estimulante para a moda”, tanto que duas grandes marcas brasileiras fizeram coleções inspiradas no santuário parisiense. Ambas foram uma homenagem à catedral no seu aniversário de 850 anos. Reinaldo Lourenço, em sua coleção outono-inverno 2012, se inspirou nos vitrais da igreja, principalmente os redondos que parecem mandalas, para criar as estampas de suas roupas.
Já a Triton, também em sua coleção outono-inverno de 2012, não só se inspirou nos vitrais de Notre Dame, como buscou inspiração nos arcos góticos da igreja para os recortes das peças.
A influência na moda é tão grande, que quando a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, solicitou ajuda para reconstruir a catedral depois do incêndio, grandes empresas ligadas a moda contribuíram. O grupo Kering, que reúne grifes como Gucci, Balenciaga, Saint Laurent e outras, doou 100 milhões de euros (450 milhões de reais). O grupo LVMH, que detém as grifes Louis Vuitton, Dior, Givenchi, a marca de beleza Sephora e a champanhe Möet Chandon, doou 200 milhões de euros (900 milhões de reais) para a reconstrução de Notre Dame. O grupo L’oréal também desembolsou 200 milhões de euros para ajudar. Isso será o reflexo de um país onde o patrimônio histórico é valorizado, ou têm algum interesse secundário nessa contribuição?
Publicado em: 10/06/2019
Texto: João Pedro Sacramento
Foto: Divulgação (internet)